38
um (1) para Porto Belo, um barco de Navegantes é meu mesmo, é um bote esportivo
que eu estou fazendo para nós brincarmos na pesca da tainha, e tem mais algumas
ali que estamos fazendo. Para Navegantes sempre tem alguém que pede, e a gente
está fazendo também sempre para Porto Belo, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá,
em tudo que é lado que tem porto pesqueiro tem embarcações nossa.
4 – Quem, ou quais pessoas você conhece ou conheceu que classificarias
como um grande mestre do saber fazer?
O mestre dos mestres, se chamava João Honorato Coelho o tio Joca. Esse era o
mestre dos mestres. Esse era “o cobra” porque, na época que ele começou, eu
quando comecei, ele já estava no fim da vida, quando ele passou o conhecimento
dele para mim, a construção era artesanal, hoje parou do artesanal, hoje temos tudo
quanto é máquina. Então passou, não é mais artesanal. Artesanal era quando suas
mãos faziam, hoje as suas mão fazem, mas é a ponto de máquina, vocês tem tudo
quanto é tipo de broca, na época você fazia uma broquinha de prego, você tinha
uma pua, você tinha um trado, hoje acabou tudo, antes você tinha um rebote de
mão, hoje você tem a maquita elétrica, antes você tinha um serrote, hoje você tem
uma serra circular, antes você tinha um serrotinho para fazer os detalhes, hoje você
tem o que se chama de tico-tico, então acabou o artesanal e eles não, eles são do
artesanal. Tio Joca, Senhor Brandino, o Felipe também já foi do artesanal, hoje já
está industrializado. Então, eu comecei no artesanal, fiz cerca, de 12 barcos
totalmente de forma artesanal, depois começou a vir ás máquinas, hoje tem
máquinas que você pega uma casaria dessas e tu não cola mais a fórmica, ela já
vem pronta e colada da empresa, então foram essas coisas que mudaram, e eles
não, eles trabalhavam mesmo porque eram craques, eram gênios do artesanal, o
pessoal antigo pegava o molde do barco, iam para o mato, viam o tipo da madeira,
cortavam a madeira e passavam o traçado para fazer as cavernas, hoje você trás a
madeira de qualquer jeito, coloca a forma em cima, leva para a serra e daqui a
pouco está feita uma caverna. Não exista parafuso, era tudo no trado e no torno de
madeira, hoje é tudo no parafuso então acabou o artesanal. A construção naval, o
barco de pesca no caso, está tudo feito de forma industrializada. Hoje as coisas
acontecem através do computador, mas o computador é burro o homem é que é
inteligente, então sempre tem que ter o material humano, mas agora à mão está